segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

17 – COM O QUE EU PAREÇO? O MÁGICO DE OZ? VOCÊ PRECISA DE UM
CÉREBRO? SIGA EM FRENTE. PEGUE O MEU. PEGUE TUDO O QUE EU TENHO

Eu meio que tinha um plano quando corri pra garagem dos Cullen. A segunda parte disso
estava totalizando o carro do sugador de sangue no meu caminho de volta. Então eu estava em
uma perda quando eu apertei o controle sem botões, e não era o Volvo dele que buzinou e piscou
as luzes pra mim. Era outro carro− um carro que se destacava até em uma longa de linha de
carros que tinham suas qualidades.
Ele realmente queria me dar as chaves de um Aston Martin Vanquish, ou era um acidente?
Eu não parei pra pensar, ou isso iria parar a segunda parte do meu plano. Eu apenas me
joguei no banco de couro e liguei o motor enquanto meus joelhos estavam apertados embaixo do
volante. O som do motor tinha feito eu gemer outro dia, mas agora era tudo o que eu podia fazer
pra dirigi1lo.
Eu achei a alavanca que fazia o banco mexer e me empurrei pra trás enquanto meu pé
empurrava o pedal pra baixo. O carro parecia estar voando enquanto ia pra frente.
Só me tomou 5 segundos pra correr entre a pequena estrada. O carro me respondia como
se fosse minha mente o dirigindo, e não minhas mãos. Enquanto eu passava pelo túnel verde no
meio da estrada, eu peguei um olhar do rosto cinza de Leah de amiga por entre as samambaias.
Por meio segundo, eu imaginei o que ela tinha pensado, então eu percebi que não me
importava.
Eu virei pro sul, porque eu não tinha paciência pra nada que fizesse eu tirar meu pé do
acelerador.
Em um jeito doentio, era meu dia de sorte. Se por dia de sorte você entendesse uma boa
viagem em uma rodovia a 200km por hora sem nenhum policial, mesmo em cidades que era
permitido só 30 km por hora. Que desapontamento. Uma perseguição seria legal, sem mencionar
que a placa iria direto pro nome do sanguessuga. Claro, ele iria sair dessa, mas seria legal ser só
um pouquinho inconveniente pra ele.
O único sinal de vigilância que eu tive foi só um só uma insinuação de um pelo marrom
flutuando pelas árvores, correndo em paralelo a mim por alguns quilômetros ao sul de Forks. Quil,
parecia pelo menos. Ele devia ter me visto também, porque ele desapareceu depois de um minuto
sem nem levantar suspeitas.
De novo, eu quase imaginei qual seria sua história antes que eu me lembrasse que eu não
me importava.
Eu corri na rodovia que era em forma de U, indo pra maior cidade que eu podia encontrar.
Essa era a primeira parte do plano.
Parecia levar muito tempo, provavelmente eu estava nas navalhas, mas realmente não
levaria duas horas antes de eu estar dirigindo pro norte que era parte de Tacoma e parte Seattle.
Eu diminui então, porque eu não queria matar nenhum inocente que tivesse olhando.
Esse era um plano burro. Não ia funcionar. Mas, eu procurei pela minha mente qualquer
jeito de me livrar da dor, e o que Leah tinha dito hoje apareceu ali.
Isso iria sumir, você sabe, se você tivesse uma impressão. Você não precisaria se machucar
por causa dela de novo.
Parecia que ter suas opções levadas de você não era a pior coisa do mundo. Talvez se sentir
assim fosse a pior coisa do mundo.
Mas eu tinha visto todas as garotas de La Push e de Makah e Forks. Eu precisava de uma
coisa maior.
Então como você procura por uma alma gêmea em uma multidão? Bem, primeiro, eu
precisava de uma multidão. Então eu procurei por aí, procurando por um lugar. Eu passei por uns
shoppings, o que seria um bom lugar pra procurar garotas da minha idade, mas eu não pude me
fazer parar. Será que eu queria ter uma impressão em alguma garota que ficasse no shopping o
dia todo?
Eu continuei indo para o norte, e foi ficando mais e mais lotado. Eventualmente, eu encontrei um parque cheio de crianças e famílias a skates e bicicletas e pipas e piqueniques e um
pouco de tudo. Eu não tinha percebido até agora− era um dia bom. Sol e tudo aquilo. As pessoas
estavam pra fora celebrando o céu azul.
Eu estacionei entre duas vagas de deficientes− apenas implorando por um cupom− e me
juntei à multidão.
Eu andei por aí pelo que pareceram horas. Bastante tempo o suficiente para que o sol
mudasse de lado no céu. Eu olhei pro rosto de cada garota que passava perto de mim, me
fazendo olhar de verdade, notando quem era bonita, quem tinha olhos azuis, quem parecia bem
usando aparelho e quem usava muita maquiagem. Eu tentei achar algo interessante em cada
rosto, assim eu estaria certo que eu realmente tentei. Coisas como: essa tinha um nariz bem reto;
aquela devia tirar o cabelo dos olhos; essa poderia passar batom se seu rosto fosse tão perfeito
quanto sua boca...
De vez em quando elas olhavam de volta. Algumas vezes elas pareciam assustadas− como
se elas tivessem pensando, Quem é esse doido enorme olhando pra mim? Algumas vezes eu
pensava que elas pareciam interessadas, mas talvez isso só fosse meu ego ficando doido.
De nenhum jeito, nada. Nem quando eu olhei nos olhos da garota − sem concursos − a
mais linda do parque e provavelmente da cidade, e quando ela olhou de volta com um olhar que
parecia interessado, eu não senti nada. Só o mesmo desespero pra me tirar da dor.
Assim que o tempo foi passando, eu comecei a notar as coisas erradas. As coisas Bella. O
cabelo dessa era da mesma cor. Os olhos daquela tinham o mesmo formato. As bochechas dessa
são do mesmo jeito. Aquela tinha a mesma ruga no meio dos olhos− o que me fez pensar no que
ela estava se preocupando...
Então eu desisti. Porque era pra lá de idiota que eu tenha escolhido o lugar certo, na hora
certa e que eu iria encontrar minha alma gêmea porque eu estava desesperado.
Não faria sentido encontrar ela aqui, de qualquer jeito. Se Sam estava certo, o melhor lugar
pra encontrar minha alma gêmea seria em La Push. E, claramente, nenhuma lá servia. Se Billy
estivesse certo, então quem sabe? O que fazia um lobo mais forte?
Eu voltei para o carro e então me encostei no capô e brinquei com as chaves.
Talvez eu era o que Leah pensava que ela era. Um tipo de fim da linda que não deveria ser
passado pra outra geração. Ou então só era minha vida que era grande, uma piada cruel, e não
tinha escapatória da linha de murros.
1 Hey, você está bem? Oi? Você aí, com o carro roubado.
Me levou um segundo pra perceber que a voz estava falando comigo, e depois outro
segundo pra decidir levantar minha cabeça.
Uma garota que me parecia familiar estava olhando pra mim, sua expressão estava ansiosa.
Eu sabia que reconhecia essa− eu tinha a catalogado. Um claro vermelho1dourado no cabelo, pele
clara, algumas sardas douradas ficavam em suas bochechas e nariz, e os olhos da cor de canela.
1 Se você está com remorso de ter roubado o carro 1 ela disse, sorrindo tanto que um
furinho apareceu em seu queixo, 1 você sempre pode se entregar.
1 É emprestado e não roubado 1 eu respondi. Minha voz soava horrível− como se eu tivesse
chorando por algo. Vergonhoso.
1 Claro, isso vai fazer você se safar no tribunal.
Eu olhei. 1 Você precisa de algo?
1 Não muito. Eu estava brincando sobre o carro, sabe. É só que... você parece chateado com
alguma coisa. Oh, hey, eu sou Lizzie. 1 Ela levantou a mão.
Eu olhei pra ela até que ela deixou sua mão cair.
1 De qualquer jeito... 1 ela disse estranhamente, 1 eu estava imaginando se eu posso ajudar.
Parecia que você estava procurando por alguém antes. 1 Ela apontou pro parque.
1 Yeah.
Ela esperou.
Eu suspirei1 Eu não preciso de ajudaEla não está aqui 1 Oh, sinto muito. 1 Eu também. 1 Eu murmurei.
Eu olhei pra garota de novo. Lizzie. Ela era bonita. Bonita o bastante pra tentar ajudar um
estranho que parecia estar doido. Por que ela não podia ser a garota? Por que tudo tinha que ser
tão complicado? Garota legal, bonita e um pouco engraçada. Por que não?
1 Esse é um carro lindo 1 ela disse. 1 É realmente uma pena que eles não estão fabricando
mais deles. Quero dizer, o corpo do Vantage é lindo também mas, tem alguma coisa sobre o
Vanquish...
Garota legal que conhecia carros. Wow. Eu encarei seu rosto, desejando que eu soubesse
que isso funcionasse. Vamos lá Jake, tenha uma impressão.
1 Como é dirigir?
1 Você não ia acreditar 1 eu disse.
Ela sorriu, por conseguir tirar uma resposta civilizada de mim, e eu a dei um sorriso relutante
de volta.
Mas seu sorriso não fez nada com as laminas que estavam se mexendo de baixo pra cima no
meu corpo. Não importava o quando eu quisesse, minha vida não se ajeitaria desse jeito.
Eu não estava naquele lugar legal que Leah estava. Eu não ia conseguir me apaixonar como
uma pessoa normal. Não quando eu estivesse sangrando por outra coisa. Talvez − dez anos aqui
e o coração de Bella estivesse morto e eu talvez voltaria a ser uma parte só de novo− talvez eu
poderia oferecer Lizzie uma volta no meu carro e falar de modelos e tentar conhece1la um pouco e
ver se eu gostava dela como pessoa. Mas isso não ia acontecer agora.
Mágica não ia me salvar. Eu ia ter que agüentar a tortura como homem. Engolir. Lizzie
esperou, talvez esperando que eu fosse a oferecer a volta. Ou não.
1 É melhor eu devolver esse carro pro cara que me emprestou 1 eu murmurei.
Ela sorriu de novo. 1 Que bom que você pensou certo.
1 Yeah, você me convenceu.
Ela me assistiu entrar no carro, ainda um pouco concentrada. Eu provavelmente parecia
alguém que iria dirigir e se jogar de um penhasco. O que talvez eu fizesse, se esse movimento
servisse pra um lobisomem. Ela acenou uma vez, seus olhos traçando o carro.
Primeiramente, eu dirigi mais normalmente na volta. Eu não estava com pressa. Eu não
queria ir pra onde eu estava indo. De volta pra casa, de volta pra floresta. De volta pra dor que eu
tinha fugido. De volta pra ser totalmente sozinho.
Okay, isso foi melodramático. Eu não estaria totalmente sozinho, mas isso seria uma coisa
ruim. Leah e Seth iam ter que sofrer comigo. Eu estava feliz que Seth não precisaria sofrer muito
mais. A criança não merecia ter sua paz arruinada. Leah não merecia, também, mas pelo menos
era algo que ela entendia. Nada novo sobre dor pra Leah.
Eu suspirei bastante enquanto eu pensava o que Leah queria de mim, porque agora eu sabia
que ela conseguiria. Eu ainda estava bravo com ela, mas eu não podia ignorar o fato que eu podia
fazer sua vida mais fácil. E − agora que eu a conhecia melhor − eu pensava que ela iria
provavelmente fazer isso por mim, se nossas posições tivessem trocadas.
Seria interessante, pelo menos, e estranho também, em ter Leah como companhia− como
amiga. Nós iríamos nos ter por baixo da pele do outro bastante, isso era certeza. Ela seria a qual
não ia me deixar afundar, eu acho que isso é uma coisa boa. Eu provavelmente ia precisar de
alguém pra me chutar na bunda de vez em quando. Mas quando chegava no ponto, ela era a
única amiga que teria uma chance de entender o que eu estava passando.
Eu pensei na caçada de hoje de manhã, e como nossas mentes estavam tão próximas por
um momento no tempo. Não foi uma coisa ruim. Diferente. Um pouco assustador, um pouco
estranho. Mas também legal em um jeito maluco.
Eu não precisava ficar sozinho.
E eu sabia que Leah era forte o suficiente pra agüentar comigo os meses que viriam. Meses
e anos. Me fazia cansado pensar nisso. Eu me senti olhando pra um oceano que eu teria que
nadar de borda pra borda até que eu pudesse descansar de novo.
Tanto tempo chegando, e tão pouco tempo antes de tudo começar. Antes de eu me afundar no oceano. Três dias e meio, e eu estava aqui, desperdiçando o pouco tempo que eu tinha.
Eu comecei a dirigir rápido de novo.
Eu vi Sam e Jared, cada um de um lado da estrada como sentinelas, enquanto eu corria pra
Forks. Eles estavam bem escondidos nas árvores mas eu estava esperando eles e eu sabia pro que
olhar. Eu acenei enquanto passava rápido por eles não me importando o que eles iriam pensar no
meu dia de viagem.
Eu acenei pra Leah e Seth também, enquanto eu cruzava a estradinha dos Cullen. Estava
começando a ficar escuro, e as nuvens estavam grossas desse lado, mas eu vi seus olhos
brilharem no reflexo da luz. Eu ia explicar a eles depois. Eles tinham bastante tempo pra isso.
Era surpreso encontrar Edward me esperando na garagem. Eu não tinha visto ele longe de
Bella por dias. Eu podia dizer pelo seu rosto que nada de ruim tinha acontecido a ela. Aliás, ele
parecia mais em paz do que antes. Meu estomago se torceu enquanto eu lembrava de onde a paz
vinha.
Era muito ruim− que mesmo com meu esforço − eu me esqueci de destruir o carro. Ah,
bem. Eu provavelmente não conseguiria agüentar machucar esse carro, de qualquer jeito. Talvez
ele adivinhou e por isso me emprestou esse carro.
1 Algumas coisas, Jacob 1 ele disse rápido assim que eu desliguei o motor.
Eu tomei uma respiração funda e esperei por um minuto. Então, devagar, eu saí do carro e
joguei as chaves pra ele.
1 Obrigado pelo empréstimo 1 eu disse. Aparentemente era pra ser pago. 1 O que você quer
agora?
1 Primeiro... eu sei como você não gosta de usar a autoridade com o seu bando, mas...
Eu pisquei abobalhado, que ele começaria com essa. 1 O que?
1 Se você não quer, ou não vai controlar Leah, então eu−
1 Leah? 1 eu interrompi, falando pelo meio dos meus dentes. 1 O que aconteceu?
O rosto de Edward estava duro. 1 Ela veio perguntar por que você foi embora tão
abruptamente. Eu tentei explicar. Eu acho que não saiu certo.
1 O que ela fez?
1 Ela se transformou em humana e −
1 Sério? 1 eu interrompi de novo, chocado dessa vez. Eu não pude processar isso. Leah
deixando sua guarda bem na boca do inimigo?
1 Ela queria... falar com Bella.
1 Com Bella?
Edward ficou todo assobiante depois. 1 Eu não vou deixar Bella ficar toda chateada daquele
jeito de novo. Eu não ligo o quanto justificada Leah acha que está. Eu não a machuquei − é claro
que não o faria− mas eu vou tira1la da casa se isso acontecer de novo. Eu vou joga1la do outro
lado do rio−
1 Espere. O que ela disse? 1 Nada disso estava fazendo sentido.
Edward respirou fundo, se juntando. 1 Leah foi desnecessariamente grossa. Eu não vou fingir
que entendo o porquê de Bella não conseguir te largar, mas eu sei que ela não faz isso de
propósito. Ela sofre bastante por causa da dor que ela está te causando, e em mim, por te pedir
pra ficar. O que Leah falou não foi pedido. Bella está chorando−
1 Espere− o que Leah gritou pra Bella sobre mim?
Ele balançou a cabeça pesadamente. 1 Você foi veementemente patrocinado.
Whoa. 1 Eu não pedi pra ela fazer isso.
1 Eu sei.
Eu rolei meus olhos. É claro que ele sabia. Ele sabia de tudo.
Mas isso era algo sobre Leah. Quem acreditaria? Leah andando até os sugadores de sangue
humana pra reclamar como eu estava sendo tratado.
1 Eu não posso prometer controlar Leah 1 eu disse pra ele. 1 Eu não vou fazer isso. Mas eu
vou falar com ela, okay? E eu não acho que isso vai se repetir. Leah não faz isso, então ela
provavelmente desabafou tudo hoje.

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